Não precisava de vidente. Os problemas estavam no passado.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Nada
Pá-pá-pá.
Bateram no vidro.
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Rafael
nem olhou para o lado. Estava prestes a entrar em sua garagem.
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A
impressão de superioridade que queria causar era mais do que
evidente. E não era de agora. Foi sempre assim, seja no jeito de se
vestir, de falar, de trabalhar, de espancar um mendigo até a morte,
mesmo que tenha sido apenas uma vez, e somente um momento divertido
da adolescência, ou até mesmo na maneira de ignorar seguidos golpes
na janela do seu carro.
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Pá-pá... PÁ.
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Quando ele
ameaçou inclinar a cabeça para checar a situação, uma mão armada
e estranha invadiu o carro, rompendo o vidro e acertando-lhe na
têmpora, manchando de sangue o banco de couro da sua BMW. Sem tempo
de reagir, acordou dentro de casa. Amarrado. O rosto estava coberto
por um véu líquido e vermelho. Conseguia distinguir dois vultos
enacapuzados estuprando sua mulher. E não era um simples estupro,
era violento, eles penetravam todos os buracos possíveis de sua
esposa, com qualquer objeto que estivesse ao alcance.
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Sangue
espirrando na parede e no rosto de Rafael.
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Ele
não conseguia acreditar que uma simples corda, no momento, era
superior a ele. Tentou se desamarrar várias vezes, em vão. O
terrível ménage
não parava e não parecia ter hora para acabar. Ela, amordaçada,
tinhas seus urros abafados. Rafael já não tinha mais esperanças.
Parou de lutar. Ao mesmo tempo, os maníacos pararam com a orgia. Sem
enrolar muito, passaram uma navalha no pescoço da vítima e a
deixaram de lado, em uma poça vermelha, como uma criança que cansa
de brincar com seu carrinho de controle remoto e vai assistir TV.
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Entreolharam-se
e partiram para o lado de Rafael.
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Ele, agora compreendendo a
real insignificância do ser humano, percebeu que o nada sempre
vencerá o tudo.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Microconto - [27]
Atendia um telefone imaginário todos os dias. Falava com a saudade
do outro lado da linha.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Microconto - [26]
A dúvida entre abortar ou não,
ia desde a criança não ter pai, até passar fome.
Decidiu tirar,
a ideia da cabeça.
ia desde a criança não ter pai, até passar fome.
Decidiu tirar,
a ideia da cabeça.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Explosões do amor
Otávio está na quermesse bebendo um vinho
quente e comendo seu churrasco. Naco a naco. Mal passado. Com sangue
escorrendo. Muito tranquilo como há muito não se via. Isso é o presente. Vamos
voltar dez minutos no passado:
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“- Fala, Tavião. Tudo certo, cara? Vai aparecer no jogo amanhã, né?”, perguntou Leonardo, querendo saber se o zagueiro do time iria estar em quadra no dia seguinte.
“- Fala, Tavião. Tudo certo, cara? Vai aparecer no jogo amanhã, né?”, perguntou Leonardo, querendo saber se o zagueiro do time iria estar em quadra no dia seguinte.
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“- Opa, Léo, com certeza. Quem vai bater nos outros caras se eu não for?”, deu uma risadinha escarnosa ao terminar o comentário. O amigo sorriu discretamente, concordou com ele e finalizou:
“- Opa, Léo, com certeza. Quem vai bater nos outros caras se eu não for?”, deu uma risadinha escarnosa ao terminar o comentário. O amigo sorriu discretamente, concordou com ele e finalizou:
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“- Vou nessa. Marquei com a Marcinha em frente a barraca do pastel. Ela já deve tá lá me esperando. Já tem duas semanas que tô tentando comer, se a gente ganhar o título amanhã, acho que consigo.”, nesse momento os dois gargalharam, e, assim que encerraram o momento hilário, olharam, ao mesmo tempo, uma loira que estava passando e rebolando, um andar muito sensual, que deixaria qualquer homo com vontade de ser héterossexual por uma transa. Talvez até mais transas. Não poderia ser diferente, os dois murmurejaram ao mesmo tempo:
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“- Vou nessa. Marquei com a Marcinha em frente a barraca do pastel. Ela já deve tá lá me esperando. Já tem duas semanas que tô tentando comer, se a gente ganhar o título amanhã, acho que consigo.”, nesse momento os dois gargalharam, e, assim que encerraram o momento hilário, olharam, ao mesmo tempo, uma loira que estava passando e rebolando, um andar muito sensual, que deixaria qualquer homo com vontade de ser héterossexual por uma transa. Talvez até mais transas. Não poderia ser diferente, os dois murmurejaram ao mesmo tempo:
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“- Meu, Deus, que gostosa.”, Léo ainda
emendou:
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“- Acho que não vou mais encontrar a
Marcinha. Foda-se, ela tá enrolando mesmo.”, e assim novamente, riram bem alto.
Ele acenou com a mão e foi embora.
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Assim que o amigo saiu, o celular de
Otávio vibrou dentro do bolso. Ele o pegou e leu a mensagem que recebeu: “Eu
sempre quis um marido de vdde. Um marido que vc nunca foi. Estou te trocando por
outro.”. Primeiro ele desacreditou, depois se desesperou por dentro e por fim
externou seu sentimento de uma maneira não muito peculiar, foi comprar um vinho
quente e um churrasco.
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Estamos de volta ao presente. Ele acaba de comer a carne e termina de beber o vinho. Enquanto uma criança ia passando segurando uma bexiga, ele a furou com o espeto que tinha em suas mãos. Nem ligou para os berros da criança. Seguiu em direção a saída. Consultou o relógio. Eram 21h30. Ele disse para Roberta que voltaria para casa depois da 00h00. Decidiu fazer uma surpresa e tentar encontrá-la antes da partida. No meio do caminho parou em uma loja de fogos de artifício e comprou uma caixa de rojões. Foi para casa. Chegou, e, como planejado, ela ainda estava arrumando as malas e nem olhou no seu rosto. Ele foi por trás e lhe deu um abraço bem forte. Chegou perto e cochichou em seu ouvido:
Estamos de volta ao presente. Ele acaba de comer a carne e termina de beber o vinho. Enquanto uma criança ia passando segurando uma bexiga, ele a furou com o espeto que tinha em suas mãos. Nem ligou para os berros da criança. Seguiu em direção a saída. Consultou o relógio. Eram 21h30. Ele disse para Roberta que voltaria para casa depois da 00h00. Decidiu fazer uma surpresa e tentar encontrá-la antes da partida. No meio do caminho parou em uma loja de fogos de artifício e comprou uma caixa de rojões. Foi para casa. Chegou, e, como planejado, ela ainda estava arrumando as malas e nem olhou no seu rosto. Ele foi por trás e lhe deu um abraço bem forte. Chegou perto e cochichou em seu ouvido:
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“- Me dá mais uma chance. Prometo que vou
melhorar. Trouxe uns brinquedinhos para gente. Por favor. Eu imploro.”, ela
nunca tinha o visto implorar por nada. Roberta desatou a chorar e disse que
essa seria a última vez que tentaria fazer o relacionamento dar certo. Deu um
abraço e um beijo de língua inenarrável em Otávio. As lágrimas rolavam na face.
Ela perguntou o que ele havia trazido, com um sorrisinho malicioso de canto de
boca. Ele respondeu que era surpresa. Colocou uma música romântica para tocar
no volume máximo. Vendou seus olhos. Ela parecia excitada. Amarrou-a na cama.
Tirou sua calça por puro sadismo. Deu um longo beijo na virilha e puxou a caixa
de rojões de dentro da sacola. Ela não ouvia nada. Ele também não. Ela
perguntava o que ele estava fazendo. Ele apenas fazia. Introduziu o artefato em
sua boca. Ela, excitada com o formato fálico, ria sem saber do que se tratava.
Ele acendeu o pavio e aproveitou o fogo para o seu cigarro.
Caminhou
em direção a outro cômodo.
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Agora, doze segundos separavam Otávio da
cozinha e Roberta de seu encontro com São João.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
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